Entenda o Linfoma de Hodgkin: Sintomas, Diagnóstico e Tratamento

Por Dra. Maria Cristina Nunez Seiwald

4 de abril de 2025

O que é o Linfoma de Hodgkin?

O Linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, que é parte crucial do sistema imunológico do corpo humano. Esta neoplasia é caracterizada pela presença de células malignas denominadas de Reed-Sternberg, identificáveis através do exame histopatológico (biópsia). O linfoma de Hodgkin representa uma parte dos linfomas, que são subdivididos em dois grupos principais: Linfoma de Hodgkin e Linfoma não-Hodgkin, dependendo das características das células malignas presentes.

O sistema linfático é composto por vasos linfáticos, linfonodos (gânglios) e o próprio linfócito, que são células brancas do sangue responsáveis por proteger o corpo contra infecções e doenças. Nos casos de linfoma de Hodgkin, ocorre um crescimento anormal dos linfócitos, que se agrupam nos linfonodos, causando o aumento do seu tamanho. Essa condição pode comprometer a capacidade do sistema imunológico de funcionar corretamente.


Principais Sintomas do Linfoma de Hodgkin

Os sintomas do Linfoma de Hodgkin podem variar, mas geralmente incluem o aumento dos linfonodos ou "ínguas", que pode ser palpável em áreas como pescoço, axilas ou virilha. Ao contrário de infecções comuns, esses inchaços são indolores e se mantêm presentes por mais de duas semanas.

Outros sintomas frequentemente associados incluem febre persistente, suor noturno excessivo, perda de peso inexplicada e fadiga extrema. Em alguns casos, os pacientes podem relatar coçeira intensa sem razão aparente. A dor nos linfonodos afetados após o consumo de álcool é um sintoma raro, mas que pode ocorrer. Esses sinais e sintomas podem ser confundidos com outras doenças, tornando essencial a consulta com um médico especialista para um diagnóstico correto.


Incidência e Fatores de Risco

O Linfoma de Hodgkin é relativamente raro em comparação a outros tipos de câncer, mas é uma forma comum de câncer em jovens adultos, particularmente aqueles entre 15 e 35 anos, e em indivíduos acima de 60 anos. A incidência é ligeiramente maior em homens do que em mulheres.

A etiologia exata do linfoma de Hodgkin ainda não é completamente conhecida, mas alguns fatores de risco estão associados ao desenvolvimento da doença. Entre eles, podemos citar infecções preexistentes pelo vírus Epstein-Barr, histórico familiar de linfomas e distúrbios imunológicos que levam à imunossupressão. Existem também indicações de que fatores ambientais e de estilo de vida possam impactar a incidência da doença.


Diagnóstico do Linfoma de Hodgkin

O diagnóstico do linfoma de Hodgkin é feito através de uma combinação de exame clínico, exames de imagem e, principalmente, biópsia de tecido linfático. O médico hematologista irá inicialmente realizar um exame físico detalhado para identificar o aumento dos linfonodos ou outros sinais suspeitos. Exames de imagem, como a tomografia por emissão de positrons (PET-CT), são utilizados para determinar a extensão da doença dentro do corpo.

Entretanto, o diagnóstico definitivo é realizado por meio de uma biópsia, onde uma amostra dos tecidos suspeitos é coletada e analisada microscopicamente para identificar a presença das células de Reed-Sternberg. Além disso, testes de sangue são realizados para avaliar a função dos órgãos e analisar a saúde geral do paciente enquanto a estadiamento do linfoma é um passo crucial para determinar a extensão e planejar o tratamento mais adequado.


Tratamento do Linfoma de Hodgkin

O tratamento do linfoma de Hodgkin tem evoluído significativamente ao longo dos anos e, atualmente, possui uma alta taxa de sucesso. As opções terapêuticas incluem quimioimunoterapia, radioterapia e, em certos casos, transplante de células-tronco.

A quimioterapia é frequentemente o primeiro passo no tratamento, com a utilização de múltiplas drogas quimioterápicas associadas a imunoterapia em alguns casos para eliminar as células cancerígenas. Ela pode ser combinada com radioterapia, que utiliza radiação para destruir as células malignas em áreas específicas do corpo.

Para pacientes com um linfoma mais resistente ou em casos de recidiva, o transplante de células-tronco, também conhecido como transplante de medula óssea, pode ser considerado uma opção. Este procedimento visa restaurar a capacidade do corpo de produzir células sanguíneas saudáveis após tratamentos intensivos.

O acompanhamento com hematologista é essencial após o tratamento para monitorar a resposta terapêutica e gerenciar efeitos colaterais, além de garantir a detecção precoce de qualquer recorrência da doença.


O Linfoma de Hodgkin é curável?

Sim, o linfoma de Hodgkin é altamente tratável e curável na maioria dos casos, especialmente quando diagnosticado em fases iniciais.

Qual é a diferença entre Linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin?

A principal diferença reside nas características das células cancerígenas e na forma de propagação da doença. O linfoma de Hodgkin se diferencia pela presença de células de Reed-Sternberg.

Quais exames são necessários para o diagnóstico?

O diagnóstico envolve exame físico, exames de imagem como PET-CT, além de biópsia para identificar células de Reed-Sternberg.

Qual é o impacto do tratamento na qualidade de vida?

Os tratamentos podem ter efeitos colaterais, mas são gerenciáveis. A qualidade de vida geralmente melhora significativamente após o início do tratamento.

É possível prevenir o Linfoma de Hodgkin?

Não existem medidas preventivas específicas conhecidas para o linfoma de Hodgkin, embora um sistema imunológico saudável possa ser benéfico.

Como a idade influencia no tratamento do linfoma?

A idade pode influenciar na escolha do tratamento devido à maior susceptibilidade a efeitos colaterais em pacientes mais velhos ou mais jovens.


Conclusão

O Linfoma de Hodgkin é uma condição tratável e, na maioria dos casos, curável. Identificar os sintomas precocemente e buscar diagnóstico médico são passos essenciais para o sucesso no tratamento. Com avanços nas opções de tratamento, as taxas de cura continuam a melhorar, oferecendo esperança e eficácia no manejo desta condição.

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